- Área: 1500 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Farshid Nasrabadi
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Fabricantes: Nemachin
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto foi redesenhado e reconstruído através de anastilose (termo arqueológico para uma técnica de reconstrução onde se utiliza materiais originais) na região rural próximo à cidade de Esfahan, no Irã. Consiste de uma paisagem aberta e que conta com uma pequena edificação.
O terreno possui 30 exemplares de pinheiros maduros, com 30 anos de idade. O caminho original de acesso à casa ignorava a implantação das espécies e acabava por prejudicar a saúde das árvores.
O edifício não estava em concordância com a paisagem do jardim em suas dimensões e aspectos visuais, e, portanto, não cumpria com as necessidades do proprietário de um espaço que oferecesse uma hospitalidade adequada para os eventos sociais ali realizados.
A estratégia de projeto para a paisagem do jardim voltou-se para a natureza e sobretudo consistiu na preservação da vida e privacidade destas árvores de pinus e portanto recebeu o nome de Casa dos Trinta Pinheiros.
O número 30 tem significado especial na literatura mitológica persa, poetas e místicos iranianos já escreveram lendas baseados neste número, e o mais famoso deles chama-se Simurgh, por Attar de Nishapur. Aqui, a moral da história é a regra da confiança entre 30 criaturas da história que garante sua sobrevivência.
Assim como na lenda de Simurgh, também consideramos cada uma das árvores como uma entidade viva dentro do jardim, e por isso fizemos o possível para modificar certas condições para as árvores permitissem aliviar a sobrecarga dos materiais de construção e criar um caminho de circulação por entre o jardim e, ao mesmo tempo, conectá-lo ao edifício formando uma circulação fluida em caminhos elevados por sobre decks de madeira. Desta forma, poderíamos fazer caminhos adequados e harmoniosos ao longo do jardim, do portão de entrada à casa. Portanto, o mito de Simurgh e a história de trinta pássaros foram adaptados não só para o número de 30, mas também na filosofia de aplicação da atmosfera e do espaço vital na arquitetura da Casa dos Trinta Pinheiros.
O processo de projeto começou com o desenho espacial do ambiente das 30 árvores. Os caminhos e circulação foram direcionados para as árvores, serpenteando-as. As linhas existentes iniciais foram subvertidas para dar lugar aos novos espaços: aconchegantes para solidão, contemplações pessoais, diálogos a dois, espaço infantil, para festas em família, apenas para nomear alguns.
As linhas guias do desenho dos caminhos elevados partiram de duas premissas. Primeiro, as linhas adjacentes às antigas paredes do perímetro do terreno que continuam entre os troncos de árvores. Em segundo lugar, as linhas que reduziram a largura dos caminhos originais enquanto continuam envolvendo os pinheiros. Essa composição permite aos espectadores experimentar perspectivas únicas e diversas.